Die In Your Arms - Capítulo 2

 Segundo dia de trabalho. Meia hora depois de eu chegar, ela chegou. Com a mesma cara de sempre. Nervosinha com a vida. Cheguei perto dela e a puxei pela cintura.
- Bom dia, gostosa. - sussurrei em seu ouvido.
- ME SOLTA SEU BABACA! - ela gritou. 
 Não pensei que ela fosse tão forte ao ponto de me empurrar tão longe. Ela saiu e foi pra área de empregados. Voltei ao meu trabalho e pensei "Ainda vou conquistar essa irritadinha.". 
 Eu era lindo, gostoso, gentil....Ok, eu não era tão gentil assim, mas eu era lindo e gostoso. Juro que não entendi porque ela nem me conhecia e me odiava tanto. Tantos dias passaram e eu não conseguia parar de olhar para ela. Pensava em ir conversar, tentar ser amigável, ou pelo menos parecer legal, mas não tinha coragem. E isso não era normal, eu era o "garanhão" da cidade, vergonha era uma palavra que não deveria estar no meu vocabulário. Não sei o que estava acontecendo, mas a cada dia ela estava mais linda e eu não estava com vontade de ficar com ninguém a não ser ela. Mas também comecei a pensar o quanto ficar com ela seria difícil. Se não consigo nem conversar com ela, como vou levá-la para a cama? Me foquei no meu trabalho e esperei as cansativas oito horas de mais um dia de trabalho acabarem. 


JUSTIN OFF

Minha vida estava tão chata, tão parada. Mas não sei porque fui reparar isso só agora. Faz tempo que a minha vida é assim. Mas e daí né. Me perdi em pensamentos até ver um casal entrando na loja fazendo o sininho bater. Eles estavam de mãos dadas e faziam varias promessas de amor, o que deveria me parecer ridículo, mas não pareceu. Pelo menos não naquele instante. Fiquei os observando por um instante e senti vontade de ter aquele tipo de relacionamento. Ei, espera ai. O que eu to dizendo, ou melhor, pensando? Eu sou a garota fria que não tem sentimentos, se lembra? Não posso querer isso, não posso correr o perigo de me machucar. Mas quer saber? Tudo isso não passa de uma armadura. Não passa de uma proteção, uma proteção contra o sofrimento. [...] Eu viajava em pensamentos vendo aqueles dois entrando na loja de mãos dadas, até que eles se aproximaram de mim e pediram balas que pareciam suficientes para um mês ou mais. Enquanto pegava as balas, olhei para eles de novo e pude ver a garota sorrir. Ela sorriu como eu nunca sorri em toda a minha vida. Senti meu olho arder e pensei logo, "Para de besteira, Nicole. Isso não é pra você.". Os entreguei a bala e peguei o dinheiro. Logo eles foram embora felizes. Continuei meu trabalho, como sempre. [...] Entrei na área de empregados com os pensamentos distantes demais para eu me lembrar.  Soltei meu cabelo e peguei minha bolsa. Quando me virei, Justin estava encostado no armário com um pacote de balas. Continuei andando em direção a porta. 
- Ei espera.
- E porque eu faria isso? - respondi andando, devagar.
- Eu não vou te agarrar, nem te chamar de nomes vulgares ok.
- Fala logo.
- Eu vi o jeito que você olhou para aquele casal.
- Que casal?
- Não banque a desentendida. Você tem sentimentos, sim. Eu sei disso. 


CONTINUAAAAAA!
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